quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FAZER A MUDANÇA (ARTIGO 002/2008)








(nadialopes2.blogger.com.br)

Caros amigos e voluntários.
Segue um texto que recebi pela internet; bem dentro da filosofia da VAL e divido agora com vocês.
Um grande abraço para todos.

Damião.
FAZER


Acho que quando a gente perder a capacidade de se indignar com o sofrimento alheio, que não constrói, isso sim, é que é o fim.
Não faz muito tempo, os muros da maioria das casas do meu bairro, eram de belas cercas de papoulas. Os cachorros nos quintais eram vira-latas, mais ainda cachorros. Algumas casas criavam galinhas, patos e marrecos. A infância era com jogo de botões, comprado na sertãzinha na cidade, ou feitos de baquelite. Jogar peladas, pular academia,brincar com carrinhos de latas com areia, albuns com figurinhas...

Nos ônibus era motivo de orgulho ceder o lugar à idosos, gestantes ou mulheres com crianças de colo. Nas praças conhecia-se o jardineiro da praça e as plantas eram cuidadas como se fossem suas companheiras; e pisar na grama era errado. Em algumas escolas quando o professor entrava na sala, todos se levantavam. Na hora de dormir, pedir a benção de pai e mãe; algumas vezes uma bela história, a oração para a comunhão com nosso criador antes de dormir.
Não lembro quem foi, mas alguém me disse, não faz muito tempo; que em breve estaríamos comprando água para beber nas prateleiras, e eu sorri. Quando me falam que na Europa já vendem oxigênio em garrafas, eu já não sorrio...
Estamos cada vez mais informados e cada vez menos informados. Muitos falam, escrevem, informam, formam... Eu poderia ser mais um a ficar calado. Mas não posso; perdoem-me se continuo. Quando você não conhece nem faz questão de conhecer o seu vizinho. Quando perdermos a capacidade de nos indignarmos com o que lemos nos jornais, vemos na tv, ou vemos nas ruas sobre o sofimento que não constrói. Quando não somos capazes de perder com equilíbrio. Quando não queremos aprender com o passado e com as “derrotas”, e vivemos em mudanças sem análises; perdemos a identidade e rumo de humanidade; estaremos perdidos dentro de nós em agonia, e levando sofrimento ao nosso redor; até que pela bondade divina nos encontremos para o devido e justo reparo. Acho que estamos perdendo algumas palavras e seus sentidos: respeito, equilíbrio, misericórdia, amor...
Faz-se necessário e com urgência, a busca desses valores. Faz-se necessário sair de casa, ver como está sua rua, perder o medo ou comodidade e andar um pouco em seu quarteirão. Mostre-se um pouco, as crianças com certeza verão você; elas são mais observadoras do mundo ao redor. Saia na frente, e dê o bom dia. Converse com os mais humildes. Se puder, dê 2 aos que tentam lhe tirar 1; conforme já foi ensinado. Continue a caminhada e veja se reconhece alguém. Olhe a beleza das casas, antes que os muros sejam mais altos com cercas eletrizadas, com espetos e com feras de proteção. Seja realmente um Vizinho... Não tenha medo dos pedidos, ensine-os a pescar. Você já pode! Não tenha medo de perder. Nada disso é de ninguém, somos apenas convidados nesta casa.
Gosto de uma frase dita no futebol, quando o locutor pede para que o melhor jogador do time, chame para si a responsabilidade. Sim, porque ele agora tem crédito para isso, ele agora pode errar quando arriscar em prol do seu grupo. Muito do que foi dito, centenas de pessoas capacitadas já disseram. Faço questão de dizer; porém faço questão também de fazer. Não dá pra ficar apenas no pedir.
Temos que sentir o que foi dito: “cada um de vós pode fazer o que eu faço, e muito mais”.
Dói tanto ódio, tanto egoísmo, tanto medo, tanto sofrimento, tanta ignorância...
Comece aprendendo, comece ajudando, mas comece...
Faz-se necessário agora parar e pensar.
Faz-se necessário agora iniciar a mudança.
Faz-se necessário atitude para continuar a mudança.
Faz-se necessário fazer.

(A. Madagascar)

Nenhum comentário: